O Instituto Nacional de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia mais uma vez inova na qualificação de farmacêuticos e farmacêuticas do Brasil. Recentemente a CONITEC realizou incorporações de canetas de insulina como opção para administração do medicamento. Observamos a necessidade de promover atualização e aprimoramento dos conhecimentos profissionais, habilidades e competências no tratamento da diabetes com foco na utilização das canetas de insulina. Para atender essa demanda, desenvolvemos este curso de capacitação.

Objetivamos capacitar gestores e profissionais de saúde na área de Assistência Farmacêutica das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde para realizar Educação em Saúde sobre o uso racional e seguro das canetas de insulina.

Educação em Diabetes

A educação ao paciente com Diabetes mellitus (DM) e a sua família é essencial para que seja atingido um bom controle dos índices glicêmicos e evitadas complicações decorrentes da doença. O tratamento não medicamentoso é uma abordagem essencial no tratamento de DM e deve incluir uma abordagem familiar com um olhar sistêmico sobre o paciente, considerando o contexto em que ele está inserido. A identificação da doença em seu estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dão à atenção primária um caráter fundamental para um melhor resultado terapêutico e prognóstico.

Estudo multicêntrico nacional realizado pelo Grupo Brasileiro de Estudos em DM1 analisou dados demográficos, clínicos e socioeconômicos de pacientes com DM1 recebendo tratamento em centros públicos do Brasil, e mostrou que o controle glicêmico foi insatisfatório [hemoglobina glicada (HbA1c), acima de 7%] em aproximadamente 80% dos pacientes, apesar de todos, neste estudo, estarem em tratamento com endocrinologistas em serviços de atendimento secundário ou terciário.

Diabetes

Diabetes mellitus (DM) é uma doença endócrino-metabólica de etiologia heterogênea, que envolve fatores genéticos, biológicos e ambientais. É caracterizada por hiperglicemia crônica e resulta de defeitos na secreção ou na ação da insulina. A doença pode evoluir com complicações agudas (hipoglicemia, cetoacidose e síndrome hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica) e crônicas, microvasculares (retinopatia, nefropatia, neuropatia) e macrovasculares (doença arterial coronariana, arterial periférica e cerebrovascular).

O DM do tipo 1 (DM1) caracteriza-se pela destruição das células beta pancreáticas, determinando deficiência na secreção de insulina, o que torna essencial o uso de insulina como tratamento, para prevenir cetoacidose, coma, eventos micro e macrovasculares e morte. O pico de incidência do DM1 ocorre em crianças e adolescentes, entre 10 e 14 anos e, menos comumente, em adultos de qualquer idade. No entanto, o diagnóstico em pessoas adultas com DM1 também é recorrente. Adultos que apresentam destruição das células beta pancreáticas, devido a processo autoimune, recebem o diagnóstico de Diabetes Mellitus Autoimune do Adulto (Late Autoimmune Diabetes in Adults) (LADA).

O DM1 tipo LADA pode ter desenvolvimento lento e progressivo de acordo com a deficiência de insulina, causando dificuldades ao diagnóstico e tratamento. O tratamento desses pacientes frequentemente é realizado com antidiabéticos orais até que seja constatada deficiência e a progressão mais significativa na secreção de insulina, impondo a necessidade de insulinoterapia.

Rolar para cima