O país é o 20º a receber a certificação pela eliminação da doença.
O Brasil recebeu o certificado pela eliminação da filariose linfática, mais conhecida como elefantíase, a primeira doença negligenciada a ser erradicada. O reconhecimento aconteceu em cerimônia da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), nesta segunda-feira (11/11). A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, esteve presente e recebeu a homenagem pelo diretor da Opas/OMS, Jarbas Barbosa.
O certificado foi entregue ao Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde (CNS), Conselho Nacional Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), pelo esforço tripartite do Sistema Único de Saúde (SUS) para a eliminação da doença.
Durante a cerimônia, Nísia Trindade firmou o compromisso do Ministério da Saúde de implementar políticas públicas para combater doenças associadas à pobreza da população e para enfrentar a dívida histórica do Brasil com a omissão em resolver problemas como esse. Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), ressaltou a importância de monitorar os casos, mesmo após a eliminação para que não haja o retorno da doença.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, parabenizou o Brasil pela conquista e ressaltou o progresso na eliminação das doenças tropicais negligenciadas.
A filariose linfática, popularmente conhecida como elefantíase, é uma doença parasitária crônica causada pelo parasita Wuchereria bancrofti. A transmissão ocorre por meio da picada do mosquito Culex quinquefasciatus (pernilongo ou muriçoca), que está infectado com as larvas do parasita. Trata-se de uma doença associada à desigualdade social, sendo mais comum em locais onde não há saneamento básico. Devido aos sintomas mais frequentes, como inchaço nos membros e dores articulares, a doença acarreta estigma e exclusão social das pessoas afetadas.
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